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Loriga virada para o turismo





Loriga virada para o turismo


      LORIGA

      O turismo como novo motor de desenvolvimento

                  
            Os fontanários da vila, de que recentemente se celebrou o
            primeiro centenário, são um “marco histórico desta vila
histórica”.

            A vila de Loriga faz parte do distrito da Guarda, possuindo,
para
            além, da sede de freguesia a povoação anexa de Fontão.
            Actualmente, tem uma população residente de pouco mais de 1300
pessoas e
            depois do fecho de várias fábricas de têxteis, a aposta para um
            futuro melhor passa pelo sector do turismo.
            Loriga situa-se a 20 quilómetros de Seia, 80 quilómetros da
Guarda e
            300 quilómetros de Lisboa. A vila é acessível pela EN 231 e tem
            ligação directa à Lagoa Comprida e Torre, pela EN338, estrada
            concluída em 2006 após mais de quarenta longos anos.
            Encontra-se a cerca de 770 metros de altitude, rodeada pelo
maciço
            central da Serra da Estrela, sendo abraçada por dois cursos de
água:
            a Ribeira de Loriga e Ribeira de S.Bento, que se unem para
formarem
            um dos maiores afluentes do Rio Alva.
            O simbolismo do 1.º Centenário dos Fontanários da vila, cujas
  comemorações decorreram recentemente  são um marco histórico da freguesia.
Recorda-se o facto que foi uma
            colónia de loricenses que estava em Manaus,Brasil, que ainda
hoje em dia possui representação naquela cidade brasileira, quem mandou
construir os fontanários.
            Foram criados estes pontos de abastecimento de água próximos das

            casas, para facilitar a vida das pessoas e também para
enriquecer o
            património da vila.
            Os fontanários foram construídos entre 1905 e 1907 e são
monumentos
            que os loricenses querem continuar a preservar.
            O programa do 1º Centenário dos Fontanários decorreu
recentemente, através de uma exposição de fotografia e pintura
            intitulada “Loriga, sua Terra e suas Gentes”, na Escola C+S Dr.
            Reis Leitão.
            Apreciou-se a actuação do Grupo de Fados de Loriga, no salão
paroquial, e no dia forte dos festejos, o programa teve início pelas 14H00,
com uma arruada pela Banda de Loriga, seguindo-se, passada uma hora e meia,
a Missa Cantada pelo Orfeão de Seia. Seguiu-se a actuação da Banda de
Loriga, no Largo da Igreja e a actuação do Orfeão de Seia e de Tortosendo.
            Sobre a vila no seu geral, ao longo destes anos tem-se dotado de
infra-estruturas que as outras freguesias do concelho não têm.
            Lembro o caso do saneamento básico em toda a povoação,
            designadamente a ETAR, inaugurada em 1979, a Escola C + S, o
posto
            médico a Estrada de S. Bento (EN 338), “um sonho antigo iniciado há mais
de quarenta anos que se concluiu e concretizou o ano passado”.
            Ambicionando mais equipamentos, os loricenses sabem que um Posto
de
            Turismo é importante para a vila. “A autarquia”, congratula-se,
“adquiriu um espaço para instalar o Posto de Turismo e o projecto já está a
ser feito”.É necessário também um Pavilhão Gimnodesportivo,infraestrutura
indispensável para a vila e para a escola C+S,e também um Museu dos
Lanifícios para homenagear a mais antiga indústria do concelho,e que em
Loriga tem mais de duzentos anos.
            Com o fecho dos têxteis, os loricenses querem apostar no
turismo,aproveitando as potencialidades turísticas que Loriga tem é
fundamental apostar nesta área.
            Um conhecido loricense,a quem se deve o conhecimento da história
antiga de Loriga e muito tem feito pela sua terra com um papel decisivo, tem contactado e
convidado grupos ligados ao turismo para visitar a vila, acreditando que
algum deles possa um dia avançar com um projecto, sobretudo, quando novo
quadro comunitário  for aprovado.
            Quem está a liderar as actividades turísticas da serra tem de
promover actividades não só de Inverno, e não pode continuar a desprezar
Loriga, como tem acontecido até agora. Existem na vila belezas
espectaculares para explorar, e o caso da praia fluvial, que já atrai muita
gente, é um exemplo a seguir.
            A Junta de Freguesia mandou elaborar um projecto de um
            anfiteatro e zona de lazer no parque da vila para 500 ou 600
            pessoas.
            Nestes dois anos concluíram-se várias obras de saneamento
básico.
            Havia esgotos em bairros feitos posteriormente à ETAR que
            estavam a correr para a Ribeira de Loriga que foram ligados à
estação de tratamento, e nestes dois últimos anos, já foram instalados três
quilómetros de esgotos por sítios onde não vão máquinas.
            Foram investidos cerca de 400 a 500 mil euros em obras de
            saneamento, com os materiais "oferecidos" pela Câmara, mas a
            mão-de-obra é da Junta de Freguesia.
No entanto a Junta de Freguesia tem descurado a própria imagem da vila e
existem exemplos desse facto, tais como o escandaloso caso do inexistente
ordenamento dos símbolos heráldicos da vila, o notório desconhecimento da
história de Loriga, e pouca,tímida,errada e inconsistente divulgação da vila
por parte dos autarcas loricenses.
            Loriga perdeu centenas de postos de trabalho nos últimos anos, o

            que foi complicado, com muitos loricenses a terem de ir procurar

            trabalho fora, outros foram absorvidos por instituições de
            solidariedade social ou pelos bombeiros voluntários locais.
            O envelhecimento da população e o decrescimento dos nascimentos
            também são preocupantes. De nove localidades da Região de Loriga
vieram apenas 11
            alunos para a Escola C + S da vila, e a Escola EB 1 (antiga
Escola Primária), com oito salas de aulas outrora cheias, está agora quase
vazia.
            Se as politicas dos sucessivos Governos em relação ao interior
do País não mudarem, torna-se complicado impedir a desertificação total, e
se tivessem sido criadas estruturas no interior tal como existem nos grandes
centros, vinte jovens de Loriga que vão em breve para as universidades
poderiam ser absorvidos no concelho.

            2600 ANOS DE HISTÓRIA - Povoação mágica no alto da Estrela

            A vila de Loriga é sem dúvida uma estrela de beleza na área
serrana
            e uma das povoações com maior magia a nível nacional.

            Fundada originalmente há mais de 2600 anos, no alto de uma
colina
            entre ribeiras onde hoje existe o centro histórico da vila,
Loriga é
            uma das mais mágicas povoações de Portugal.
            O nome da povoação, segundo os historiadores, veio da sua
            localização estratégica, do seu protagonismo e dos seus
habitantes
            nos Hermínios (actual Serra da Estrela), na época da resistência

            lusitana, o que levou os romanos a pôr-lhe o nome de Lorica
(antiga
            couraça guerreira), de derivou Loriga (designação iniciada pelos

            Visigodos) e que tem o mesmo significado. É um caso raro, em
            Portugal, de um nome bi-milenar, facto que por si justifica que
a couraça seja a peça central do brasão da vila.
            “Abraçada” pelas encostas da Serra da Estrela, a povoação foi
            crescendo com os socalcos verdejantes. A abundância de água e de
pastos fez com que ao longo do tempo muitas gerações ali vivessem da
            agricultura.
            Os socalcos e sua complexa rede de irrigação são um dos grandes
            ex-libris da vila, uma obra gigantesca construída pelos
loricenses
            ao longo de muitas centenas de anos e que transformou um vale
belo,
            mas rochoso, num vale fértil. É uma obra que ainda hoje marca a
            paisagem do Vale de Loriga, fazendo parte do património
histórico
            local e é demonstrativa do génio dos seus habitantes.
            Loriga foi também uma forte vila industrial têxtil desde o
início do
            século XIX. Chegou inclusivamente a ser uma das localidades mais

            industrializadas da Beira Interior e a actual sede de concelho,
            Seia, só conseguiu suplantá-la quase em meados do século XX. Em
            outros tempos, só mesmo a Covilhã ultrapassava Loriga no número
de
            empresas. Unidades como Regato, Redondinha, Fonte dos Amores,
            Tapadas, Fândega, Leitão & Irmãos, Augusto Luís Mendes, Lamas,
Nunes
            Brito, Moura Cabral, Lorimalhas, etc, fazem parte da rica
história
            industrial da vila. A principal e maior avenida de Loriga tem
mesmo
            o nome de Augusto Luís Mendes, o mais destacado dos antigos
            industriais loriguenses.Loriga recebeu forais em 1136,1249,1474
e 1514.
            São muitos os locais de inigualável beleza que podem ser
visitados
            na vila e nos seus arredores. Só por si as paisagens naturais
fazem
            encher o olho a qualquer visitante, mas a presença humana também

            contribuiu para o embelezamento da povoação.
            Loriga teve ocupação romana e, a comprovar isso mesmo, ainda
hoje
            existe a calçada e a ponte que esta civilização ali construiu.
            A sua Igreja Paroquial tem na sua fachada a inscrição de 1233
numa pedra com inscrições visigóticas pertencente a um pequeno templo
existente no local até à construção da igreja no século XIII.
            Sabemos portanto que esta pedra não pertence à actual Igreja,
tendo lá
            sido colocada aquando do restauro após 1755.
            Possui quatro capelas na vila: N.Sª. do Carmo (antiga ermida
visigótica de S.Gens), São Sebastião, N.Sª Auxiliadora (1893) e N. Sª. da
Guia (1921).Uma outra capela,dedicada a Nossa Senhora da Ajuda,encontra-se
na bonita aldeia anexa de Fontão de Loriga.
            Caracteriza-se também pelos seus cruzeiros (o da Carreira,
datado de
            1820 e o da Independência, de 1940) e pelos seus fontanários
(das
            Almas, do Adro da Igreja, da Rua Viriato, da Rua do Porto, da
Rua do Vinho e do Cabeço).
            Destaque, ainda, para a praia fluvial, que se encontra bem
            infra-estruturada e, na Primavera e Verão, permite uns mergulhos

            inesquecíveis e, durante o Outono e Inverno, é também um local
            aprazível para um repouso do corpo e do espírito.Não esquecer o
facto muito importante de as únicas pistas de esqui de Portugal estarem
localizadas em Loriga.
            Existem depois outros locais mágicos que podem ser descobertos
num
            daqueles fins-de-semana de “vá para fora cá dentro”, em que pode

            esquecer-se o bulício dos grandes centros urbanos e descobrir
que
            Portugal tem tesouros escondidos e bem preservados.

            ACESSIBILIDADES - Torre mais próxima com nova estrada

            Subir ao maciço central da Serra da Estrela é desde há um ano
mais
            fácil através da nova estrada entre a Portela de Loriga e a
Lagoa
            Comprida, que custou 4,5 milhões de euros.

            A mais alta montanha de Portugal continental - a Serra da
Estrela -
            passou a ter uma nova “porta” de entrada, desde Outubro do ano
            passado.
            A nova via, com cerca de 10 quilómetros, teve um custo de 4,5
            milhões de euros e era um velho sonho, principalmente, dos
            habitantes de Loriga.
            Para a vila de Loriga, esta nova estrada (EN 338), a qual foi
            concluída com mais de quatro décadas de atraso, vem trazer novas

            perspectivas de desenvolvimento à vila, nomeadamente através do
            turismo.
            Trata-se de um projecto co-financiado pela União Europeia
através do
            Programa FEDER em 50 por cento e insere-se na rubrica
            “Acessibilidades na Serra da Estrela” do Programa Operacional
            Regional do Centro.
            A estrada começa na Portela de Loriga (ou Portela do Arão), a
uma
            altitude de 960 metros, terminando na EN 339
            (Seia-Sabugueiro-Torre), já depois da Lagoa Comprida, a 1.660
metros
            de altitude, tendo no seu percurso uma inclinação média de sete
por
            cento.
            Este novo acesso à Serra da Estrela permite uma maior fluidez no

            trânsito para todos os que queiram subir até à Torre,
desanuviando a
            EN 339, que, principalmente na época de Inverno, ficava muitas
vezes
            congestionada.
            O projecto, apresentado em 1998, sofreu algumas alterações
            com o objectivo de reduzir ao máximo os impactes negativos no
meio
            ambiente. Isto porque a via está inserida na zona do Parque
Natural.
            A via, que é também conhecida por Estrada de São Bento, permite
            igualmente uma mais rápida evacuação de trânsito da zona do
maciço
            central em alturas de fortes nevões.
            Recorde-se que largas dezenas de turistas já chegaram a ficar
            “presos” no interior das suas viaturas, na EN 339, aquando de
queda
            de neve com grande intensidade e num curto espaço de tempo.
            O traçado da nova via foi construído num caminho de terra que já

            existia. A faixa de rodagem tem uma largura de 6,5 metros e as
            valetas possuem dois metros.
            Foram instaladas guardas de segurança, em betão armado, com
módulos
            de duas e três travessas, em praticamente toda a sua extensão.
No
            restante troço, cerca de três quilómetros, foram colocados
pilares
            de granito. Existem ainda balizadores para ajudar os limpa-neves
em
            dias de tempestade. Foi também colocado um placard electrónico
para
            informação sobre questões de segurança, assim como indicação
            altimétrica, para informar os automobilistas sobre a altitude a
que
            circulam. Dispõe igualmente de sinais luminosos, úteis para a
            circulação em dias de nevoeiro, e sinais de limite de
velocidade.
            Tendo em conta que se trata de uma estrada utilizada
essencialmente
            por turistas, foram também instalados dois parques de merendas,
um
            miradouro e gares de paragem.