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BRASÃO DE LORIGA e os "intelectuais" lá da terrinha
- To: esi_gsr@teotonio.ipv.pt
- Subject: BRASÃO DE LORIGA e os "intelectuais" lá da terrinha
- From: loriga@iol.pt
- Date: Tue, 15 Jun 2010 21:40:41 +0100
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O BRASÃO DE LORIGA e os "intelectuais" lá da terrinha
Facebook | Armando Pinto
C L ---
Gosto muito de Loriga, a sua linda, muito antiga e
histórica terra-natal onde eu já fui algumas vezes, e faz-me impressão essa
vossa aversão e repugnância pela vossa história e pelas vossas origens. Isso
vê-se pela forma com trataram e continuam a tratar o vosso património
histórico
e cultural, e nota-se em coisas tão simples como o tristemente celebre caso
dos vossos símbolos heráldicos, e a repugnância causada pelo antigo
nome da vila
e pelo vosso ancestral gentílico (e o Armando já o comprovou aqui mesmo apesar
de ser um homem com alguma cultura).
Incrivelmente, no site da vossa autarquia vê-se, entre outras asneiras, que o
vosso gentilico é "loringuense" (???!!!), e que o vosso actual "brasão" é o
antigo, que é ilegal e não oficial (como aliás sempre foi e sempre
será), e que
aquele que será aprovado como legal e oficial é o antigo!... Não compreendo
estas coisas e os loricenses/loriguenses que conheço não me sabem explicar
porquê!...
Armando Pinto ----
Pois...
Acontece que não sou de certas modas, para não dizer outra coisa.
Antes de mais:
se os problemas de Loriga não são o seu brasão nem o seu actual nome –
para mim
o nome por que sempre conheci a minha terra – bom seria que não se perdesse
tempo ou se consumissem energias com o que nada vale e que, por vezes, apenas
são do domínio do ridículo.
Mas vamos lá. O brasão, o antigo, é ilegal, não respeita as regras da
heráldica
e o que mais se queira. E aquele que se sugere vai buscar a sua legitimidade
onde e foi assumido, formal e democraticamente, por quem? Quem “oficializa” um
brasão, já que uma das coisas que se diz é que o antigo não é oficial? Se, em
cima do que é sugerido, um criar um outro – com todo o respeito pelas
regras da
heráldica, em que ficamos depois? Nisto, goste-se ou não, temos uma questão de
princípio. O antigo pode ser ilegal, o sugerido tem, pelo menos, uma
questão de
legitimidade, de intrínseca democraticidade.
A questão do nome remete-me para a ridicularia, sobretudo quando se quer
fundamentar “Lorica” em pretensas razões históricas. Se isso valesse,
Lisboa, na
boca ou na pena de certos intelectuais, dever-se-ia hoje chamar o quê? E
podíamos ir por aí fora, que mais exemplos haveria para citar.
E nisto, da mera ridicularia, temos os esforços de alguns – não sei se
não serão
os mesmos - em querer que Viriato seja originário de Loriga. Dava jeito, seria
mesmo uma nice, e toca de investir nessa: Viriato nascido em Loriga, apesar de
os mais estudiosos não conseguirem fixar-lhe, com segurança, o local do seu
nascimento. Conheço alguns Viriatos nascidos em Loriga, entre eles os
meus Pai.
E bastam-me esses. Mas alguns há que com tanta convicção me levam a suspeitar
que tenham estado por lá, quando Viriato nasceu. Só que se esqueceram
de lavrar
o registo do nascimento.
E já agora e finalmente: Loriga pode ser uma marca. Tem mérito para isso, pela
sua beleza natural, particularmente. Por isso, bom seria que não se brincasse
com o seu nome, há muito fixado. E quem, não sendo loriguense, gosta
de Loriga,
conhece-a por esse nome. E também a eles esse nome basta.
C L ----
Quanto ao nome da sua terra-natal, ninguém questiona o nome Loriga,
apenas não se compreende a repugnância
causada por Lorica a palavra latina que lhe esteve na origem e que faz
com que o
senhor também possa ser tratado por loricense (outro termo repugnante
para si).
Isso sim, é ridículo! Quer gostem ou não a história e a filologia dizem que o
antigo nome da sua terra-natal era Lorica! E que me diz do inexistente
gentílico
"loringuense", que pode ler-se no site da vossa Junta de Freguesia???!
E já que deu Lisboa como exemplo, ainda não vi nenhum
lisboeta/lisbonense/olisiponense mostrar repugnância pela palavra
Olisipo, antigo
nome da cidade, nem pelo gentílico ainda usado que lhe está associado!
Isso sim,
seria ridículo!
Quanto a Viriato, como loriguense/loricense devia saber que existe em Loriga a
tradição imemorial de este heroi lusitano ter nascido ali, e no século XIII a
principal rua da vila já tinha o seu nome. Claro que ninguém sabe onde nasceu
Viriato, mas ninguém vê esta incompreensível aversão nas gentes de Folgosinho,
de Viseu e de outras localidades onde a mesma tradição existe! Ninguém pode
afirmar que Viriato não nasceu numa destas localidades, e até parece que os
loricenses/loriguenses não desejam ser conterrâneos dessa grande personagem
histórica, estando à espera de serem eliminadas todas as outras hipóteses até
restar apenas Loriga, para depois dizerem com má vontade: Está bem, pronto, o
homem nasceu aqui!...
Ainda a propósito do brasão, temos aí outra triste e ridícula particularidade,
não sendo compreensível tanta polémica e tanta má vontade em resolver um
problema que tem a ver, não apenas com as leis da República Portuguesa como
também com a imagem da própria vila com a qual os seus naturais se deviam
preocupar.
Para terminar, permita-me expressar a minha enorme decepção pelo facto de o
Armando Pinto demonstrar um nível cultural aquém das suas anunciadas
habilitações académicas...
Armando Pinto ----
Antes de mais: pensava eu que isso de “C
L... Ver maisófona” pudesse ser coisa bem diferente e apenas isso me levou a
aderir ao pedido que me chegou. Enganei-me, confesso.
Depois: não aprecio nada polémicas com gente anónima porque o
anonimato permite,
como é o caso, atrevimentos excessivos. E muitas vezes o anonimato é a
indumentária perfeita para gente cobarde cujo rosto gosta de esconder.
E começo por referir que o meu oponente passou, como gato passa sobre brasas,
por cima do argumento que utilizei sobre a legitimidade que alguém tem ou pode
ter para fixar um brasão e o querer impor a uma terra. Como se isto da
legitimidade democrática fosse uma questão menor. Se calhar é.
Naturalmente que registo o estilo de pezinhos de lã na entrada, o passar a mão
pelo pêlo (eu designado então como “um homem com alguma cultura”),
para agora o
meu oponente anónimo ser obrigado a confessar a sua desilusão por,
afinal, estar
perante alguém com um nível cultural aquém das suas habilitações académicas.
E depois estranha-se que use os termos ridículo e ridicularia a que
agora junto
o do atrevimento. Na verdade, quem é que credenciou o meu anónimo
oponente para
que se permita atribuir graus de cultura seja a quem for? E atribui-os em nome
de quem? Da república, de alguma academia ou em nome de uma qualquer tribo
doméstica?
É duro ter que lidar com intelectuais orgânicos, quando a mim basta e sobra o
JPP. Então não é que eu deveria saber que no século XXIII – já vi
escrito século
XII, mas deve ser questão de pormenor - já havia uma rua com o nome de
Viriato?
E que deveria ter isso como indício de prova de ser Viriato natural de Loriga?
Com o mesmo argumento, não me arranja nada de modo a pôr S Ginês a nascer em
Loriga? E o nome da bem antiga Rua da Oliveira não daria para que
Loriga pudesse
ser tida, segundo a vossa tão esmerada argumentação, como pátria do pacifismo?
Como por vezes nada como um desenho, aqui fica um. Claro que muitas
localidades
têm os seus nomes derivados do latim. E aceito Lorica como a
designação original
numa altura em que a língua, pelo menos a predominante ou a do ocupante, era o
latim. Mas não sou tão elitista ao ponto de recusar a terminologia que os
ocupados fixaram depois ao longo do tempo. E isto até me faz sugerir que se
analise – no plano psiquiátrico – o que pode levar alguém hoje a teimar nas
designações dadas pelo ocupante, com recusa das que o ocupado, livremente,
decidiu assumir.
Porque, ainda quanto a isto, que movimentos conhece para restauração do antigo
nome de Lisboa? Até admito que possa haver para isso uma tribo qualquer mas a
que se liga menos importância do que a que estou a dar ao meu anónimo
oponente.
Dizia eu também, no início desde “debate”, que Loriga tem problemas bem mais
importantes que o seu nome e o seu brasão. Não há muito, meia dúzia de
pessoas,
entre as quais eu, andámos a tentar mover influências para a criação
de um museu
– já existem peças recolhidas – mas esbarrando nalgumas dificuldades: uma
autarquia pouco interessada, um Presidente da Câmara que prometia
receber e não
recebia. Nestas andanças, numa deslocação a Loriga, identifiquei na Fábrica da
Redondinha a existência de máquinas e outas utilidades que valeria a pena
preservar e que correm o risco de amanhã desaparecerem como aconteceu
com tantos
que tiveram a sucata como destino. Ora, para quem se arroga de tanta cultura e
tanta preocupação pela história e cultura loriguenses, ficam estas sugestões
concretas. Dão mais trabalho, talvez não permitam afirmar tanta
“erudição”, mas
são bem mais úteis.
E ponto final. Identificada que está o que é a “Comunidade Lusófona”,
cada qual
segue o seu caminho. Da minha parte, votos de boa viagem.
C L -----
Não há nada a fazer... Desisto!...
Se tivesse uma cabeça e uma mentalidade assim já me tinha suicidado com a
vergonha da inutilidade! É inacreditável!...
Lido tudo (e visto tudo) não é necessário viajar até ao seu século XXIII para
saber que, com este rumo e com loricenses/loriguenses a pensar desta forma, a
Rua de Viriato fará parte de um sítio arqueológico onde outrora
existia uma vila
portuguesa chamada Loriga... Nem haverá ali gente a chamar S.Ginês a S.Gens...
Confirma-se cada vêz mais que há mais "turistas", como eu, a
preocuparem-se e a
gostarem mais daquela linda terra, que os próprios naturais de lá! Esses
enveredaram por uma espécie de suicídio colectivo e teimam em manter em
funcionamento o dispositivo de auto-destruição de Loriga!
Tenho muita pena, gosto muito daquela terra e de alguns loricenses/loriguenses
amigos do peito, mas felizmente que não é a minha terra-natal! E fico por
aqui...
Armando Pinto
De acordo. Fiquemos por aqui, já que
desistiu. Mas anote:
1. Que não me elucidou, quanto ao brasão, sobre a legitimidade democrática de
quem, criando um, entende dever impô-lo aos demais. Questão menor?
2. Também não foi capaz de me dar argumentos quanto às vantagens em
que agora se
passe a chamar Lorica e loricenses à localidade que há séculos se designa por
Loriga, e aos seus habitantes loriguenses, termo sempre fixado, por exemplo,
para algumas colectividades locais. Aliás, Lorica e loricenses são termos
recentemente recuperados por quem se quer dar ares.
3. Igualmente não me convenceu, quanto a Viriato, sobre a sua pretensa
origem em
Loriga e, já agora, das vantagens que poderiam advir, para Loriga, de
tal facto.
Acontece que Loriga se pode orgulhar de muitos seus naturais – e não só – que
por ela fizeram mais que qualquer Viriato. E espero que isso não escape a quem
se diz tão preocupado com Loriga e a sua história.
4. Ainda que S Ginês se possa equivaler a S Gens, eu que nasci em S
Ginês sempre
me habituei a ver assim designado o local. E mais: os loriguenses é assim que
designam o local, por muito que isto custe a eruditos.
5. O que pode envergonhar quem se preocupe com Loriga é o tempo que alguns
perdem com coisas que nada têm a ver com os seus reais problemas e
dificuldades:
o brasão, o nome, a questão Viriato, a que se juntam mais alguns agora a
reclamar a restauração do antigo concelho. Porque, além do mais, isto só ocupa
quem, de facto, foge ao contributo para a solução dos reais problemas dos
habitantes de Loriga: as alternativas a uma indústria que já foi; a
preservação,
de facto, da sua memória colectiva. E isto para deixar dois exemplos.
6. Por tudo isto, Loriga não pode ser pretexto para falsas erudições de uns
quantos que, além disso, se atrevem a outorgar graus de cultura a
terceiros que
não conhecem, quais intelectuais orgânicos para quem a cultura de
outros tem que
ser a sua própria e auto-suficiente cultura.
7. De qq modo, sugiro que agregue então esses tantos turistas que conhece e
gostam mais que eu de Loriga e os envolva na real solução dos seus
problemas que
são os problemas das suas gentes. Mas não lhes levem um brasão ou uma nova
designação que ninguém está a reclamar. Peguem então no que mais
custa, que para
coisas fáceis já há muito voluntário.
C L
O Armando continua a demonstrar um nível intelectual e cultural
decepcionante e muito abaixo das habilitações
que diz ter.Porém, isso não é novidade...
1. Que legitimidade tem alguém, incluíndo autarcas, de impor um "brasão" que
sabem que nunca foi, não é, nem nunca poderá ser o brasão legal e oficial da
vila de Loriga? Estão por acaso acima das leis da República Portuguesa? Acham
por acaso que Loriga é uma excepção dentro de Portugal e que as leis e
as regras
deste país não se aplicam à vossa vila? Pior do que tudo isso, que
legitimidade
têm para prejudicar a imagem da vossa terra? Que legitimidade tiveram para
chamar mentirosos, vigaristas, vândalos, inimigos de Loriga, e outros
títulos a
quem sempre teve razão sobre esta questão? Acabaram por reconhecer o
óbvio, mas,
serão a teimosia e a marretíce mais importantes do que a imagem de Loriga e o
cumprimento das leis deste país? A má imagem que têm dado de vocês e da vossa
terra, e a vossa marginalidade em relação a este caso não é "uma
questão menor",
e deviam ter vergonha!
2. Quanto à questão de Lorica e de loricenses é um facto de sempre e não de
agora, já expliquei e não gosto de ser repetitivo nem de fazer
desenhos, e estou
cada vêz mais convencido que estou a lidar com uma pessoa com um QI que deixa
muito a desejar...
3. Concordo quando diz que houve muitos destacados loriguenses/loricenses
(alguns foram e têm sido maltratados pelos conterrâneos como aliás o
Armando já
reconheceu publicamente), mas em relação a Viriato o seu comentário é
elucidativo de uma mentalidade tacanha e pouco culta! Quando alguém
diz que não
vê qualquer vantagem em a sua terra-natal ser confirmada como berço de
Viriato,
é de bradar aos céus!
Tudo isso confirma o que eu escrevi atrás sobre os loricenses/loriguenses e a
forma como eles lidam com a sua história e o seu património...
4. É ridículo afirmar que o facto de os naturais de Loriga chamarem S.Ginês a
S.Gens custa a engolir aos eruditos! Esse facto é encarado apenas como uma
curiosidade local, assim como o pormenor de repentinamente, e sem qualquer
motivo conhecido, o ancestral culto deste santo ter sido substituído
(incluíndo
o orago da sua capela) pelo de Nossa Senhora do Carmo. Ó homem, pode
continuar a
chamar a vossa alcunha a S.Gens que ninguém se chateia com isso!... Aliás, em
Loriga as alcunhas são tradicionais, e até podem arranjar uma para o Santo
António, para o S.Sebastião, para a Nossa Senhora da Guia, etc, que ninguém se
preocupa com isso!
5. Essa conversa de algumas pessoas não se preocuparem com os reais
problemas de
Loriga não é nova e pretende apenas esconder a incapacidade e a
incompetência de
quem não consegue sequer resolver aquilo a que chamam problemas
menores! Como se
tem visto, se não conseguem resolver pequenos problemas, alguns dos quais
prejudicam gravemente a imagem da vila (essencial, por exemplo para o
turismo),
que capacidade têm para resolver os tais grandes problemas???!! Nenhuma!!!
6. Blá blá blá, e não disse nada!...
7. Não seja ridículo! Nenhum turista pretende levar-lhes nenhum brasão nem
nenhuma nova designação (bolas!) mas se continuam a ridicularizar e a
prejudicar
a vossa terra não terão um aumento de turistas, mesmo que haja este ou aquele
loricense/loriguense isolado a remar contra essa estúpida maré!...
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