LORIGA IN WIKIPÉDIA [in Portuguese]
Loriga - Wikipédia, a enciclopédia livre.
40º 19' N 7º 41'
Gentílico -
Loriguense ou Loricense
Concelho - Seia
Área - 36,52 km²
População - 1 367
hab. (2005)
Densidade - 37,51
hab./km²
Orago - Santa Maria Maior
Código postal - 6270
Apelidada de “Suíça
Portuguesa”, é a vila mais alta de Portugal.
Loriga (pron.IFA [lo'ɾigɐ]) é uma vila e freguesia portuguesa do concelho
de
Seia, distrito da Guarda. Tem 36,52 km² de área, 1
367 habitantes (2005) e
densidade populacional de 37,51 hab/km². Tem uma
povoação anexa, o Fontão.
Loriga encontra-se a 20 km de Seia, 80km
da Guarda e 300km de Lisboa. A vila é
acessível pela EN 231, e tem acesso directo ao
ponto mais alto da Serra da
Estrela pela EN338, estrada concluída em 2006,
seguindo um traçado e um projecto
pré-existentes há mais de quatro décadas, com um
percurso de 9,2 km
de paisagens deslumbrantes, entre as
cotas 960m (Portela de Loriga ou Portela do Arão) e
1650m, dois quilómetros acima da Lagoa
Comprida, onde se liga com a EN339.
Loriga é conhecida como a "Suíça Portuguesa"
devido à sua extraordinária
paisagem e localização geográfica. Está situada a
cerca de 770m de altitude, na
sua parte urbana mais baixa, rodeada por montanhas,
das quais se destacam a
Penha dos Abutres (1828m de altitude) e a Penha do
Gato (1771m), e é abraçada
por dois cursos de água: a Ribeira de Loriga e a Ribeira
de S.Bento, que desagua
naquela depois da E.T.A.R.. A Ribeira de Loriga,
é um dos maiores afluentes do
Rio Alva.
Está dotada de uma ampla gama de infrastrutras
físicas e socio-culturais, que
abrangem todos os grupos etários, das quais se
destacam, por exemplo, o Grupo
Desportivo Loriguense, fundado em 1934, a Sociedade
Recreativa e Musical
Loriguense, fundada em 1905, os Bombeiros
Voluntários de Loriga , criados em
1982, cujos serviços abrangem a àrea
aproximadamente equivalente aos limites
do antigo Concelho de Loriga, a Casa de Repouso Nª.
Srª. da Guia, uma das
últimas obras sociais de relevo, e a Escola Dr. Reis
Leitão. Em Março de 2007
iniciaram-se as obras do novo Quartel dos Bombeiros
Voluntários, edifício
essencial para completar as infraestruturas
necessárias à vila, ficando a faltar
outras, como por exemplo o pavilhão multiusos e o
museu dos lanifícios.
Ao longo do ano celebram-se de maneira especial o
Natal, a Páscoa (com a Amenta
das Almas - cantos nocturnos masculinos, que evocam
as almas de entes falecidos
por altura da Quaresma), festas em honra de Sto.
António (durante o mês Junho) e
S. Sebastião (no último Domingo de Julho), com as
respectivas mordomias e
procissões. Porém, o ponto mais alto das
festividades religiosas é a festa
dedicada à padroeira dos emigrantes de Loriga, Nª.
Srª. da Guia, que se realiza
todos os anos, no primeiro Domingo de Agosto. No
segundo Domingo, tem lugar a
festa em honra de N ª. Srª. da Ajuda, no Fontão
de Loriga.
História
Fundada originalmente no alto de uma colina entre
ribeiras onde hoje existe o
centro histórico da vila. O local foi escolhido há
mais de dois mil e seiscentos
anos devido à facilidade de defesa (uma colina
entre ribeiras), à abundância de
água e de pastos, bem como ao facto de as terras
mais baixas providenciarem
alguma caça e condições mínimas para a prática da
agricultura. Desta forma
estavam garantidas as condições mínimas de
sobrevivência para uma população e
povoação com alguma importância.
O nome veio da localização estratégica
da povoação, do seu protagonismo e dos seus
habitantes nos Hermínios (actual
Serra da Estrela) na resistência lusitana, o que
levou os romanos a porem-lhe o
nome de Lorica (antiga couraça guerreira). Os
Hermínios eram o coração e a
maior
fortaleza da Lusitânia. É um facto que os romanos
lhe deram o nome de Lorica, e
deste nome derivou Loriga (derivação iniciada pelos
Visigodos) e que tem o
mesmo significado. É um caso raro, em Portugal, de
um nome bi-milenar, sendo de
grande importância histórica, e justifica que a
Lorica seja a peça central e
principal do brasão da vila.
Situada na parte Sudoeste da Serra da Estrela, a
sua beleza paisagística é o
principal atractivo de referência. Os socalcos e
sua complexa rede de irrigação
são um dos grandes ex-libris de Loriga, uma obra
gigantesca construída pelos
loriguenses ao longo de muitas centenas de anos e
que transformou um vale belo
mas rochoso num vale fértil. É uma obra que ainda
hoje marca a paisagem do
belíssimo Vale de Loriga, fazendo parte do património
histórico da vila e é
demonstrativa do génio dos seus habitantes.
Em termos de património histórico, destacam-se
também a ponte e a
estrada romanas (século I a.C.), uma sepultura
antropomórfica (século VI a.C.),
a Igreja Matriz (século XIII, reconstruída), o
Pelourinho (século
XIII,reconstruído), o Bairro de São Ginês (São
Gens) com origem anterior à
chegada dos romanos e a Rua de Viriato, heroi
lusitano que a tradição local e
alguns documentos apontam como sendo natural desta
antiquíssima povoação. A Rua
da Oliveira, pela sua peculiaridade, situada na
área mais antiga do centro
histórico da vila, recorda algumas das
características urbanas da época
medieval.
A estrada romana e uma das duas pontes (a outra
ruiu no século XVI após uma
grande cheia na Ribeira de S. Bento), com as quais
os romanos ligaram Lorica, na
Lusitânia, ao restante império, merecem destaque.
O Bairro de São Ginês (S.Gens) é um ex-libris de
Loriga e nele destaca-se a capela de Nossa Senhora
do Carmo, antiga ermida visigótica precisamente dedicada àquele
santo.
Quando os romanos chegaram, a povoação estava
dividida em
dois núcleos. O maior,
mais antigo e principal, situava-se na área onde
hoje existem a Igreja Matriz e
parte da Rua de Viriato e estava fortificado com
muralhas e paliçada. No local
do actual Bairro de S.Ginês (S.Gens) existiam já
algumas habitações encostadas
ao promontório rochoso, em cima do qual os
Visigodos construíram mais tarde uma
ermida dedicada àquele santo.
Loriga era uma paróquia pertencente à Vigariaria do
Padroado
Real e a Igreja Matriz foi mandada construir em
1233 pelo rei D. Sancho II. Esta
igreja, cujo orago era já o de Santa Maria Maior
e que se mantém, foi construída
no local de outro antigo e pequeno templo, do qual
foi aproveitada uma pedra com
inscrições visigóticas, que está colocada na porta
lateral virada para o adro.
De estilo românico, com três naves, e traça
exterior lembrando a Sé Velha de
Coimbra, esta igreja foi destruída pelo sismo de
1755, dela restando apenas
partes das paredes laterais.
O sismo de 1755 provocou enormes estragos na vila,
tendo arruinado também a
residência paroquial e aberto algumas fendas nas
robustas e espessas paredes do
edifício da Câmara Municipal construído no século
XIII. Um emissário do Marquês
de Pombal esteve em Loriga a avaliar os estragos
mas, ao contrário do que
aconteceu com a Covilhã (outra localidade serrana
muito afectada), não chegou do
governo de Lisboa qualquer auxílio.
Loriga é uma vila industrial (têxtil) desde a
primeira metade do século XIX, em
termos de indústria moderna, sendo também
influenciada pela chamada revolução
industrial.No entanto, já no século XV os
loriguenses se dedicavam aos
lanifícios, embora de forma artesanal. Chegou a ser
uma das localidades mais
industrializadas da Beira Interior, e a actual sede
de concelho só conseguiu
suplantá-la quase em meados do século XX. Tempos
houve em que só a Covilhã
ultrapassava Loriga no número de empresas. Nomes de
empresas, tais como: Regato,
Redondinha, Fonte dos Amores, Tapadas, Fândega,
Leitão & Irmãos, Augusto Luis
Mendes, Lamas, Nunes Brito, Moura Cabral,
Lorimalhas, etc, fazem parte da rica
história industrial desta vila. A principal e maior
avenida de Loriga tem o nome
de Augusto Luís Mendes, o mais destacado dos
antigos industriais loriguenses.
Apesar de, por exemplo, dos maus acessos que se
resumiam à velhinha estrada
romana de Lorica, com dois mil anos, o facto é que
os loriguenses transformaram
Loriga numa vila industrial progressiva, o que
confirma o seu génio.
Loriga é um exemplo das consequências que uma
guerra civil
podem ter numa localidade e numa região.Loriga
tinha a categoria de sede de
concelho desde o século XII, tendo recebido forais
em 1136 (João Rhânia,
senhorio das Terras de Loriga
durante cerca de duas décadas, no reinado de
D.Afonso Henriques), 1249 (D.Afonso III), 1474
(D.Afonso V) e 1514 (D.Manuel I).
Apoiou os Absolutistas contra os Liberais na guerra
civil portuguesa e isso
custou-lhe deixar de ser sede de concelho em 1855
após a aplicação do plano de
ordenação territorial levada a cabo durante o
século XIX, curiosamente o mesmo
plano que deu origem aos Distritos. A partir da
primeira metade do século XIX,
como já foi mencionado, tornou-se um dos principais
pólos industriais da Beira
Alta, com a implantação da indústria dos
lanifícios, que entrou em declínio
durante durante a últimas décadas do século passado
o que está a levar à
desertificação da Vila, facto que afecta de maneira
geral as regiões interiores
de Portugal devido às inexistentes, insuficentes e
erradas políticas de coesão
nacional.
A área onde existem as actuais freguesias de Alvoco
da Serra, Cabeça, Sazes da
Beira, Teixeira, Valezim, Vide, e as mais de trinta
povoações anexas, pertenceu
ao Município Loriguense.
A Região de Loriga , área do
antigo Município Loriguense, constitui também a
Associação
de Freguesias da Serra da
Estrela, com sede na vila de Loriga.
Loriga e a sua região
possuem enormes potencialidades turísticas e as únicas
pistas e estância de esqui existentes em Portugal
estão localizadas na área da
freguesia da vila de Loriga.
A rua da Oliveira é uma rua situada no centro
histórico da vila.
A sua escadaria tem cerca de 100 degraus em
granito, o que lhe dá
características peculiares. Esta rua recorda muitas
das características urbanas
medievais do centro histórico da vila de Loriga.
O bairro de São Ginês (S.gens) é um bairro do
centro histórico de Loriga cujas
caracteristicas o tornam num dos bairros mais
conhecidos e típicos da vila. As
melhores festas de São João eram feitas aqui.
Curioso é o facto de este bairro
do centro histórico da vila dever o nome a São
Gens, um santo de origem céltica
matirizado em Arles, na Gália, no tempo do
imperador Diocleciano, orago de uma
ermida visigótica situada na área. Com o passar dos
séculos os loriguenses
mudaram o nome do santo para S. Ginês, talvez por
ser mais fácil de pronunciar.
Este núcleo da povoação, que já esteve separado do
principal e mais antigo,
situado mais abaixo, é anterior à chegada dos
romanos.
Acordos de geminação
Loriga celebrou acordo de geminação com:
A vila, actual cidade de Sacavém
, no concelho de Loures, em 1 de Junho de
1996.
Ver também
Geografia romana em Portugal
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Conde, um conhecido historiador e divulgador loriguense.
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