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Loriga
Loriga é uma vila de Portugal, com 36,52 km² de área e 1 370
habitantes
( 2005 ). Densidade: 34,8 hab/km².
Breve história
Fundada originalmente no alto de uma colina entre ribeiras onde hoje
existe o centro histórico da vila, o seu nome primitivo,anterior à
chegada
dos romanos,era Lobriga. O local foi escolhido há mais de dois mil e
seiscentos anos, devido à facilidade de defesa (uma colina entre
ribeiras),à abundância de àgua e de pastos, bem como ao facto
de a as
terras mais baixas providenciarem alguma caça,e condições mínimas para
a
prática da agricultura. Desta forma estava garantido o sustento a uma
comunidade constituída fundamentalmente por pastores e agricultores,
que
fizeram parte de uma das tribos mais aguerridas da Lusitânia.
O nome
veio,da localização estratégica da povoação,do seu protagonismo e dos
seus
habitantes,nos Hermínios (actual Serra da Estrela) na resistência
lusitana, o que levou os romanos a porem-lhe o nome de Lorica (antiga
couraça guerreira).Os Hermínius eram o coração e a maior fortaleza da
Lusitânia. É um facto que os romanos lhe
deram o nome de Lorica,nome
de
couraça guerreira, e deste nome derivou Loriga (derivação iniciada
pelos
Visigodos ), e que tem o mesmo significado. É um caso raro, em
Portugal,
de um nome bimilenar, facto que justifica que a couraça seja a peça
central e principal do brasão histórico da vila.
Situada na parte Sudoeste
da Serra da Estrela , a sua beleza paisagística é o principal
atractivo de
referência. Os socalcos e sua complexa rede de irrigação são um dos
grandes ex-libris de Loriga, uma obra gigantesca construída pelos
Loricenses ao longo de muitas centenas de anos e que transformou um
vale
belo, mas
rochoso, num vale fértil. Em termos de património,
destacam-se a
ponte e a estrada romanas ( século I a.C. ), uma sepultura
antropomórfica
( século VI a.C. ), a Igreja Matriz ( século XIII , reconstruída), o
Pelourinho (século XIII,reconstruído), o Bairro de São Ginês (São
Gens)
com origem anterior à chegada dos romanos, a Rua de Viriato,o heroi
lusitano que a tradição local,e diversos antigos documentos,encontram
origens nesta antiquíssima povoação.A Rua da Oliveira , pela sua
peculiaridade,situada na àrea mais antiga do centro histórico da
vila,recorda algumas das características da época medieval. A estrada
romana e uma
das duas pontes (a outra ruíu no século XVI após uma
grande
cheia na Ribeira de S. Bento), com as quais os romanos ligaram Lorica
ao
restante império, merecem destaque. Também o Bairro de São Ginês ( S.
Gens
)é um ex-libris de Loriga, e nele destaca-se a capela de Nossa Senhora
do
Carmo construída no local de uma antiga ermida visigótica precisamente
dedicada àquele santo. Quando os romanos chegaram, a povoação estava
dividida em dois núcleos: O maior, mais antigo e principal, situava-se
na
àrea onde hoje existem a Igreja Matriz e parte da Rua de Viriato, e
estava
fortificado com muralhas e paliçada. No local do actual Bairro
de
S.Ginês
(S.Gens), existiam já algumas habitações encostadas ao promontório
rochoso, em cima do qual os Visigodos construíram mais tarde uma
ermida
dedicada àquele santo. Loriga era uma paróquia pertencente à
Vigariaria do
Padroado Real e a Igreja Matriz foi mandada construir em 1233 pelo rei
Sancho II de Portugal . Esta igreja, cujo orago era já o de Santa
Maria
Maior,e que se mantém, foi construída no local de um outro antigo e
pequeno templo, do qual foi aproveitada uma pedra com inscrições
visigóticas, que está colocada na porta lateral virada para o adro. De
estilo românico, com três naves, e traça exterior
lembrando a Sé Velha
de
Coimbra, esta igreja foi destruída pelo terramoto de 1755 , dela
restando
apenas partes das paredes laterais. O sismo de 1755 provocou enormes
estragos na vila, tendo arruinado também a residência paroquial e
aberto
algumas fendas nas robustas e espessas paredes do edifício da Câmara
Municipal construído no século XIII. Um emissário do Marquês de Pombal
esteve em Loriga a avaliar os estragos mas, ao contrário do que
aconteceu
com a Covilhã (outra localidade serrana muito afectada), não chegou de
Lisboa qualquer auxílio. Loriga é uma vila industrial (têxtil) desde o
início do século XIX ,
chegou a ser uma das localidades mais
industrializadas da Beira Interior , e a actual sede de concelho só
conseguiu suplantá-la quase em meados do século XX .Tempos houve em
que,só
Covilhã ultrapassava Loriga em número de empresas.Nomes de
empresas,tais
como;Regato,Redondinha,Fonte dos Amores,Tapadas,Fândega,Leitão &
Irmãos,Augusto Luis Mendes,Lamas,Nunes Brito,Moura
Cabral,Lorimalhas,etc,fazem parte da rica história industrial desta
vila.A
principal e maior avenida de Loriga tem o nome de Augusto Luís
Mendes,o
mais destacado dos antigos industriais loricenses. A história da vila
de
Loriga é, aliás, um exemplo das
consequências que os confrontos de uma
guerra civil podem ter no futuro de uma localidade e de uma região.
Loriga
tinha a categoria de sede de concelho desde o século XII , tendo
recebido
forais em 1136 (João Rhânia, senhorio das Terras de Loriga durante
cerca
de duas décadas, no reinado de D.Afonso Henriques), 1249 (D.Afonso III
),
1474 ( D.Afonso V ) e 1514 ( D.Manuel I ), mas, por ter apoiado os
chamados Absolutismo contra os Liberais na guerra civil portuguesa,
teve o
castigo de deixar de ser sede de concelho em 1855 .A conspiração
movida
por desejos expansionistas da localidade que beneficiou com o
facto,precipitou os
acontecimentos. Foi no mínimo um caso de injusta
vingança política,numa época em que não existia democracia e reinavam
o
compadrio e a corrupção,e assim começou o declínio de toda a Região de
Loriga (antigo concelho de Loriga).Se nada de verdadeiramente eficaz
for
feito, começando pela vila de Loriga, esta região estará desertificada
dentro de poucas décadas,o que,tal como em relação a outras relevantes
terras históricas do interior do país,será concerteza considerado como
uma
vergonha nacional.Confirmaria também a existência de graves e
sucessivos
erros nas políticas de coesão,administração e ordenamento do
território.
A
área onde existem as actuais freguesias de Alvoco da Serra, Cabeça,
Sazes
da Beira , Teixeira, Valezim, Vide, e as mais de trinta povoações
anexas,
pertenceu ao Município Loricense.A vila de Loriga,situa-se a vinte
quilómetros da actual sede de concelho, e algumas freguesias da sua
região
situam-se a uma distância muito maior. A Região de Loriga, área do
antigo
Município Loriguense,constitui também a Associação de Freguesias da
Serra
da Estrela,com sede na vila de Loriga. Loriga e a sua região possuem
enormes potencialidades turísticas,e as únicas pistas e estância de
esqui
existentes em Portugal,estão localizadas
na àrea da freguesia da vila
de
Loriga.
Rua da Oliveira
A rua da Oliveira é uma rua situada no centro histórico da vila. A sua
Escada tem cerca de 100 degrau s em granito , o que lhe dá as
características
peculiares que existiam na época medieval.
Bairro de São Ginês (São Gens)
O bairro de São Ginês (S.Gens) é um bairro de Loriga com cerca de 50
habitantes. As suas caracteristicas tornam-no no bairro mais conhecido
e
mais tipico da vila. As melhores festa s de São João eram feitas aqui.
Curioso é o facto de este bairro do centro histórico da vila dever
o
nome
a São Gens , um santo de origem céltica matirizado em Arles, na Gália,
no
tempo do imperador Diocleciano, orago de uma ermida visigótica situada
na
área. Com o tempo, os Loricenses mudaram o nome do santo para São
Ginês,
talvez por ser mais fácil de pronunciar. Este núcleo da povoação, que
já
esteve separado do principal e mais antigo, situado mais abaixo, é
anterior à chegada dos romanos.
Acordos de geminação
Loriga celebrou acordo de geminação com:
- A vila,actual cidade de Sacavém , no concelho de Loures , em 1 de
Junho
de 1996
.