Chamo-me Cristiana Rodrigues e sou responsável
pela área de angariação de fundos na Médicos
Sem Fronteiras Portugal. Somos uma organização
humanitária internacional que há mais de 50 anos leva
assistência médica a pessoas afetadas por conflitos armados,
desastres naturais, epidemias, desnutrição e exclusão
do acesso a cuidados médicos, em todo o mundo.
Escrevo-lhe, hoje, para lhe falar da grave crise alimentar que enfrentamos.
Sabia que, neste momento, cerca de 13,6 milhões de
crianças no mundo sofrem de desnutrição aguda
grave e que esta é a causa de uma em cada cinco
mortes, em crianças com menos de cinco anos, em todo o mundo?
A guerra na Ucrânia, a dificuldade de
recuperação das economias no pós-pandemia e os
prolongados períodos de seca extrema, fruto das
alterações climáticas, estão na origem da grave
crise alimentar que se vive em países como a Etópia, a
Somália, a Somalilândia, o Quénia ou
Madagáscar. A família de Asia
Salih Mohammed, na foto, está entre as centenas de
milhares pessoas à beira da fome que chegam a Afar, no nordeste
da Etiópia, depois de viagens longas e extremamente difíceis.
Deixaram a sua casa para fugir do conflito entre as forças Tigray e
Afar. Ao chegarem a Dupti, procuraram ajuda para a sua filha mais nova, que
estava gravemente desnutrida, no hospital local, o único centro
médico de referência que ainda está em funcionamento e
onde a Médicos Sem Fronteiras trabalha.
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